Jovens do Brasil e de países como Espanha, Bulgária, Estados Unidos, México, Itália, Portugal, El Salvador, Haiti, Israel, Panamá, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Argentina, Moçambique, Paraguai e África do Sul reúnem-se no Encontro Mundial da Juventude, organizado pela Fundação Pontifícia Scholas Occurrentes e pela World Ort e patrocinado pela Vrio Corp, detentora da Sky Brasil e DIRECTV Latin America, no Clube Hebraica, em São Paulo, para celebrar a convivência e o intercâmbio.
De 23 a 26 de outubro, eles se encontram para trocar ideias e participar de debates de temas como mudança climática, pobreza, desigualdade, conflitos religiosos e discriminação racial e de gênero, fatores que afetam sua vida cotidiana. Dentre os palestrantes, destacam-se Waleska Queiroz, Marcelo Rocha e Gabriel Waldman.
Waleska Queiroz é articuladora da Rede Jandyras, coletivo de mulheres que coloca questão de gênero na dianteira do debate sobre o clima e organiza a resistência climática no Pará. Nos últimos 12 anos, ela tem se dedicado ao trabalho voluntário em projetos socioambientais com foco em comunidades vulneráveis.
“Promover a igualdade de gênero desempenha um papel fundamental na ampliação da participação das mulheres em posições de liderança, especialmente nos espaços de tomada de decisão, garantindo-lhes acesso às ferramentas necessárias para se envolverem ativamente em questões socioambientais e na formulação de políticas relacionadas a essas pautas. Atualmente, enfrentamos uma notável disparidade na representação feminina na elaboração de políticas ambientais, frequentemente com uma predominância masculina nesses espaços. É imperativo desfazer essa desigualdade, enfatizando que nossa força coletiva pode moldar um presente e, acima de tudo, criar um futuro mais igualitário e promissor”, destaca Waleska.
Já Marcelo Rocha é ativista desde a adolescência. Pesquisador do racismo climático, nomeado pela ONU como um dos 100 afro-americanos mais influentes do mundo, Marcelo lidera diversas iniciativas voltadas para a pauta ambiental.
“O 6º Encontro Mundial da Juventude em São Paulo tem o papel de usar a educação e diversas formas de conhecimento em prol de um futuro melhor, unindo lideranças e criando um ecossistema com senso comum na sociedade, que não siga no lugar da polarização, mas que ultrapasse isso e construa um futuro em que todo conhecimento possa agregar e construir uma sociedade diferente”, aponta Marcelo.
Gabriel é sobrevivente do Holocausto e promotor da paz. Trabalha para combater todas as formas de ódio e racismo. Judeu, nascido na Hungria, em 1938, Gabriel passou por todas as situações no Holocausto.
“A intolerância é intolerável! É algo abominável e que empobrece principalmente quem é intolerante pois perde a experiência da diversidade. (..) Na teoria, toda ideologia é bonita, mas precisa ser traduzida em prática por homens que são falíveis. Os jovens precisam ficar espertos, não se deixarem empolgar com teorias magníficas. Essas são falíveis e são reduzidas a terror e assassinato. Precisamos vacinar a juventude contra promessas falsas, caso contrário, a tendência é que volte tudo o que aconteceu no passado”, enfatiza Gabriel.