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O Boticário reproduz cheiro original da Baía de Guanabara em fragrância não vendida

De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil recicla apenas 4% de todo o lixo descartado diariamente. Esse cenário, somado à uma atuação consistente do Boticário em logística reversa há quase duas décadas, foi ponto de partida para que a marca idealizasse o Projeto Extinto, que visa alertar a população sobre a importância da preservação do meio ambiente e da gestão de resíduos sólidos. A iniciativa conta com o apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza (FGB) e tem sua primeira fase marcada pelo lançamento de uma fragrância inédita, que reproduz o cheiro original da Baía de Guanabara, a segunda maior em extensão do litoral do país, com 380 km², e que recebe 98 toneladas de lixo por dia – segundo a Abrelpe.

Batizada de Extinto e inspirada na Baía de Guanabara, a fragrância será a primeira de uma edição limitada de produtos que não serão comercializados e foram desenvolvidos para constituir um chamado urgente sobre o risco de degradação ambiental de áreas naturais em decorrência da poluição e do descarte incorreto de resíduos. Atualmente, no Brasil, apenas 1,1 milhão das 27,7 milhões de toneladas de resíduos recicláveis gerados anualmente têm o destino adequado – índice muito abaixo de países como Chile, Argentina e Turquia.

A marca está atenta ao cenário de descarte de resíduos sólidos de forma mais ativa desde 2006 graças ao programa Boti Recicla – o maior programa de logística reversa do Brasil em pontos de coleta. A capilaridade da varejista de beleza, que está presente em 1650 municípios brasileiros, permite otimizar os números alarmantes do cenário brasileiro – como o que revela baixo percentual (4%) de reciclagem do lixo descartado diariamente – mas depende de um chamado para que a sociedade se engaje na causa e, junto a outros agentes transformadores, possa reduzir os impactos negativos ao meio ambiente.

“O Projeto Extinto parte de um conceito que defendemos em todas as nossas ações e comunicações: só existe beleza, se existir planeta. E o risco de que a Baía de Guanabara, que traz uma biodiversidade valiosíssima para a nossa existência, não se regenere por conta da poluição e geração de resíduos é real – e assustador. Por isso, queremos aproveitar nosso alcance, capilaridade e relação próxima com os nossos consumidores para dar cada vez mais visibilidade a temas relevantes para a agenda de ESG, reforçando o compromisso e papel da marca como agente transformador dessa realidade”, afirma Marcela de Masi, diretora-executiva de Branding e Comunicação do Grupo Boticário.

Para criar a fragrância sem extrair nenhuma matéria-prima da área preservada, perfumistas da marca viajaram até o Recôncavo da Guanabara e captaram, por meio da tecnologia Headspace, amostras das moléculas aromáticas do ambiente. A partir de uma análise cuidadosa, o time de experts conseguiu identificar os odores presentes na região e realizar a leitura de seus elementos originais, que, por conta da devastação ambiental, não podem mais ser encontrados fora da região preservada. O último passo foi a reprodução fiel do cheiro por meio de matérias-primas sintéticas. O desenvolvimento e pesquisa para chegar à fragrância, com notas que expressam o frescor das águas e o verde exuberante das florestas, levou cerca de seis meses. O produto é vegano e composto por 93% de ingredientes de origem natural, rastreáveis, orgânicos e de cadeia circular – além de uma baixa porcentagem de elementos sintéticos.
 

Baía de Guanabara é a primeira parada de expedição global
A escolha do local para o início da expedição, que deve avançar em outros continentes ainda esse ano, se deu pela sua relação com a Fundação Grupo Boticário, que historicamente investiu diretamente mais de R$13 milhões e mobilizou nos últimos 5 anos, junto a diversos setores, outros R$ 12 milhões em apoio a iniciativas na região. “Do turismo à conservação de espécies, a Guanabara tem relevância inestimável para o Brasil, com diversas espécies de animais que sofrem com a poluição causada pelo descarte incorreto de resíduos. Atuamos na conservação da água – cuidando dos mananciais, das nascentes e rios, além de fortalecer a segurança hídrica local. Também buscamos soluções que possam manter as florestas em pé, regenerar a natureza e aumentar a resiliência para combater os efeitos das mudanças climáticas”, explica André Ferretti, Gerente de Economia da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário.

O trabalho realizado pela Fundação Grupo Boticário na região começou em 2019, quando a FGB, em parceria com outras organizações – como o INEA, Instituto Estadual do Ambiente, e a FIRJAM, Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, passou a investir na preservação local por meio do Movimento Viva Água Baía de Guanabara, que reúne parceiros como governos, sociedade civil e empresas no desenho de soluções que aliam conservação com desenvolvimento econômico, buscando criar um novo modelo baseado na economia regenerativa e na natureza como elemento central deste processo. De lá pra cá, a Fundação contribuiu ativamente para o desenvolvimento sustentável da Baía de Guanabara, que abrange 17 municípios, com apoio de parceiros como governo, sociedade civil e empresas privadas e públicas.

Criado pela AlmapBBDO, o Projeto Extinto passará por quatro outros continentes. Nos próximos meses, O Boticário lança fragrâncias inspiradas nos cheiros de outras paisagens, ao redor do mundo, ameaçadas pela poluição: Calábria, na Europa, Ilha de Madagascar, na África, Nova Delhi, na Índia, e Camberra, localizada na Oceania.

“A gestão de resíduos é uma preocupação global e, por isso, vamos promover esse debate em outros continentes, trabalhando para que a mensagem de urgência desta iniciativa, que nasce da preocupação genuína do Boticário em contribuir para que os cheiros naturais nunca deixem de existir, seja mundialmente propagada”, comenta Marcela de Masi.

Todas as unidades produzidas do Extinto, tanto nacionais quanto internacionais, serão utilizadas para mobilizar o tema e ampliar a visibilidade dos debates ambientais, sem qualquer comercialização dos produtos. A iniciativa é fruto da busca constante da companhia por soluções que estimulem o consumo consciente, reciclagem e outras ações em prol da sustentabilidade de todo o planeta. “Este projeto serve não apenas para chamar a atenção das pessoas para a causa ambiental mas, sobretudo, para mostrar os resultados de um trabalho efetivo do Boticário na preservação e recuperação do meio-ambiente”, declara Marco Giannelli, CCO da AlmapBBDO.

Muito além da fragrância 
Para reforçar sua atuação e o compromisso com a mudança do atual cenário de poluição da Baía de Guanabara, O Boticário se juntou com a ONG Guardiões do Mar para retirar mais de uma tonelada de resíduos da bacia hidrográfica. A ação aconteceu no dia 18 de janeiro, em comemoração ao Dia Estadual da Baía de Guanabara, determinado pela Lei 3616/2001.

A limpeza reuniu 26 voluntários na Praia das Pedrinhas, em São Gonçalo, para remover boa parte dos resíduos sólidos descartados no local. Após registro e pesagem, o lixo coletado foi encaminhado para um aterro sanitário devidamente regularizado e credenciado pelo INEA. Também foi feita a seleção e categorização dos itens, por meio de um protocolo científico utilizado nacionalmente que insere os dados no mapeamento do Ministério do Meio Ambiente. Com isso, as autoridades terão acesso a um panorama dos resíduos que chegam à costa.

Economia circular
Há mais de 18 anos, O Boticário investe em projetos de logística reversa, mobilizando a sociedade para reverter o cenário de reciclagem no Brasil. O Boti Recicla recebe, em todos os pontos físicos da marca e também por meio da venda direta, embalagens vazias de produtos de qualquer marca do segmento CFT (sigla em inglês para Cosméticos, Fragrâncias e Higiene Pessoal).  Todas elas são destinadas corretamente para cooperativas parceiras.

Além disso, no último ano, a marca firmou uma parceria inédita com o Google para fortalecer a economia circular, ajudando as pessoas a encontrarem informações atualizadas sobre pontos de coleta de materiais recicláveis que estejam disponíveis nas proximidades, por meio do Google Maps. A iniciativa surgiu para atender a demanda de um número cada vez maior da população que vêm procurando saber mais sobre onde reciclar os materiais que utilizam em sua rotina. Até o momento, cadastramos 7.700 pontos de coleta e o objetivo é chegar a 10 mil ainda este ano. 

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Eduardo Fonseca

Autor

24 de janeiro de 2024

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